sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ficha Globalizante 1


Uma economia de mercado – dita economia capitalista do ponto de vista dos sistemas económicos – é um conjunto de mercados livres, na perspectiva em que a única coordenação destes é a efectuada pelo mecanismo dos preços, isto é, pela “mão invisível”. Nestas economias a afectação de recursos é determinada pelas decisões de produção, de compras e de vendas tomadas pelas empresas e pelas opções das famílias. Nestas economias a articulação existente entre os planos dos diversos agentes económicos é nula, isto é, os planos estabelecidos por cada agente económico são independentes dos planos estabelecidos pelos restantes agentes económicos. Portanto, nestas economias o planeamento tem carácter indicativo.
No extremo oposto situam-se as economias de direcção central – também designadas por economias socialistas – em que todas as decisões sobre a afectação de recursos, e naturalmente, as restantes decisões desta decorrentes, são da responsabilidade da “autoridade Económica Central”, isto é, as unidades de produção produzem e as famílias consomem apenas como se lhes ordena. Nestas economias a articulação existente entre os planos dos diversos agentes económicos é total, portanto, os planos não são estabelecidos por cada agente económico, mas sim pela AEC para todos os agentes económicos. Portanto, estes são dependentes dos planos estabelecidos para os restantes agentes económicos. Assim, nestas economias, o planeamento tem carácter imperativo.
Na História Universal jamais existiu qualquer economia de mercado ou economia de direcção central “pura”. O estudo destes dois modelos de organização e funcionamento da sociedade e da actividade económica revela, no entanto, bastante interesse porque qualquer economia real, sendo uma economia mista, pode ser observada como o resultado de uma determinada coordenação entre os dois modelos anteriores, isto é, o que varia é simplesmente o grau da “mistura”. Em certas economias a influência das autoridades centrais é substancialmente inferior à de outras. Podemos então dizer que as primeiras são economias relativamente próximas das economias de mercado e as segundas são economias relativamente próximas das economias de direcção central. É arbitrária a linha divisória que separa estas economias, não havendo para o efeito melhor indicador que o bom senso.
Dada a importância que os regimes democráticos adquiriram, e perante a derrocada dos regimes autocráticos a partir dos anos 1990, hoje até parece que as economias de mercado são a única forma de organização e funcionamento da sociedade e da actividade económica. Iremos estudar as economias mistas próximas das economias de mercado, por ser este o modelo que melhor se coaduna com os primeiros. A liberdade de escolha – condicionada pelas possibilidades monetárias – é a oferta dos regimes democráticos. Um modelo mais justo ainda está por inventar...

1. Distinga Economias de Mercado de Economias de Direcção Central quanto:
a) à articulação entre os planos dos diferentes agentes;
R: -Nas Economias de Mercado a articulação entre os planos dos diferentes agentes é nula, porque, estes, são independentes;
-Nas Economias de Direcção Central
a articulação entre os planos dos diferentes agentes é total, pois estes encontram-se centralizados num único plano. 

b)
à forma como são determinados os preços;
R: -Nas Economias de Mercado, é a «mão-invisível» que estabelece os preços;
-Nas Economias de Direcção Central, é a Autoridade Economica Central que determina os preços;

c) ao tipo de planeamento;
R: -Nas Economias de Mercado o planeamento tem carácter indicativo, ou seja, o Estado apenas pode tentar levar os empresários a tomar determinadas decisões, reduzindo selectivamente os impostos ou atribuindo subsídios à produção.-Nas Economias de Direcção Central, o planeamento é imperativo porque é elaborado pela AEC, determinando, com carácter obrigatório, todas as variáveis: o que produz, quanto produz, como produz, quem consome e a que preços, e como se reparte o lucro.
 
d) à propriedade dos meios de produção;
R: -As Economias de Mercado são propriedade privada, pertencendo aos particulares que tomam a iniciativa de produzir, ou seja, os empresários;
-As Economias de Direcção central, são propriedade da colectividade através do Estado, não se designam empresas pois não têm qualquer autonomia/independência.
 
e) à equidade ao nível da repartição do rendimento.
R: -Nas Economias de Mercado os rendimentos são distribuídos pelos factores produtivos: de capital e trabalho;
-Nas Economias de Direcção Central, o único rendimento existentes são os salários. Portanto, como nestas economias os rendimentos de capital não existem, não acentuam os privilégios de alguns grupos.


2. As unidades de produção nas Economias de Direcção Central tinham como objectivo cumprir as metas fixadas no plano pela AEC. Nas Economias de Mercado as empresas que não forem suficientemente competitivas vão à falência.
2.1. Qual dos dois modelos de organização da actividade económica conduz a uma mais rápida adopção de novas tecnologias. Justifique.
R: -As economias de mercado são as que conduzem uma mais rápida adoção de novas tecnologias porque as empresas que não se modernizarem, reduzindo os custos, e colocando os produtos no mercado a preços competitivos, irão à falência.
-As economias de direcção central a modernização não é obrigatória, bastará cumprirem o estabelecido no plano. A AEC até pode estar interessada em dar emprego a muitas pessoas, fazendo sentido optar por tecnologias trabalho-intensivas.


2.2.
Combinando o acelerado progresso tecnológico com a globalização dos mercados e os factores políticos, justifique o colapso das Economias de Direcção Central.
R: Durante a Guerra Fria, o Mundo Capitalista e o Mundo Socialista viviam em esferas de influência separadas entre si. Durante este período foram-se desenvolvendo autonomamente. Em resultado do desenvolvimento das telecomunicações as pessoas do Mundo Socialista podiam assistir pela televisão à publicidade e à abundância das sociedades de consumo do Mundo Capitalista. Assim, as unidades de produção das EDC não conseguiam concorrer com as empresas EM, pois, não tinham acompanhado o progresso tecnológico. Quando estes concorreram economicamente, as EDC foram à falência exigindo assim a transição para uma economia de merdado. Actualmente, as EM parecem ser o único modelo de organização e funcionamento das economias.

3. Quanto custa o computador portátil? [Magalhães]
O custo depende das condições económicas das famílias, que se reflecte nos escalões da Acção Social Escolar (ASE) dos alunos:

- gratuito para os alunos do escalão A da ASE;
- 20 Euros para os alunos do escalão B da ASE;
- 50 Euros para os alunos não abrangidos pela ASE.
Comente a lógica implícita no preço estabelecido para o computador Magalhães pelo Governo, justificando a economia portuguesa como economia mista.
R: -Numa Economia de Mercado pura, os bens têm o mesmo preço para todos;
-Numa Economia de Direcção Central pura, os bens têm preços que variam consoante o nível socioeconómico da população.
-Neste caso, os computadores portáteis eram mais baratos ou até gratuitos para os alunos mais carenciados.


4. "À medida que os preços se afastam do nível de mercado, sendo fixados discricionariamente pelo Estado, aumentam as possibilidades de corrupção".
Comente fazendo referência às 3200 casas atribuídas por cunha em Lisboa (EXPRESSO/Assinatura) a artistas, jornalistas, amigos políticos que pagam em média €35 de renda, sabendo que o escândalo começou há 30 anos.

R: Certamente muitas pessoas carenciadas ficaram e ficam na rua, quando se mantêm esquemas para indivíduos protegidos pelas Autarquias e pelos Partidos.




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